O verbo “amar” expressa uma ação ativa por parte de quem a usa. O amor jamais é passivo, nunca está em suspensão, em tempo algum fica inerte. O amor é uma força viva, vigor que flui, dínamo que intensifica uma energia invisível. Amar é a disposição de uma única parte, independente dos resultados que irá obter; desta forma, o amor não tem segundas intenções, não é negociável, nem se sujeita à qualquer condição. Não é a toa que João chega à conclusão de que “Deus é amor”, e quem não consegue amar é porque jamais conheceu a Deus (1Jo 4.8).
No meio evangélico é improvável que exista alguém que não conheça João 3.16. Este verso é tão rico, tão profundo, tão especial que muitos pastores o usam mais de uma vez como texto central em algum momento de seu ministério. Porém, um texto não pode ser alijado de seu contexto. O evangelista João está discorrendo sobre o encontro de Nicodemos e Jesus, mais especificamente sobre a conversa teológica sobre o Messias. João 3.16, portanto, é um texto messiânico que revela a missão precípua daquele que é a expressão do amor de Deus ao mundo (Hb 1.3). Mundo aqui deve ser entendido como algo que está restrito à raça humana, sem contudo considerar que todos serão salvos. A manifestação pessoal de Deus a todos se dá através do Filho, mas é certo que nem todos irão crer nele. Somente os que tiverem este entendimento e sujeição alcançarão a vida eterna, não por suas capacidades intelectuais ou espirituais, mas porque Jesus a eles se revelou desta maneira (Jo 1.12-13; 14.21). O Messias, o Cristo de Deus, veio para salvar o mundo, isto é, aqueles que estão destinados à salvação através da fé que é dom de Deus (Ef 2. 8-9). Para cumprir sua missão, revelou todo seu amor ao se entregar voluntariamente para ser imolado sobre a dura cruz de madeira no Calvário. Crer em Jesus como o Messias enviado de Deus é ter “salvo conduto” no dia do juízo, onde todos serão julgados, mas os eleitos não serão condenados (v.18; Rm 8.1).
Como saber quem está salvo e quem não está? Através do amor. Quem ama a Deus vai “agir” como filho de Deus, irá fazer escolhas certas preterindo as trevas e suas obras (v.19) e andará cada vez mais em direção à luz de Cristo Jesus (v.20-21).
Foi com esta palavra que Jesus encerrou a conversa e o encontro com Nicodemos, aquele homem, principal dos judeus, que foi ter com Jesus sob a proteção da escuridão da noite (Jo 3.2). Certamente ele tinha muito em que pensar enquanto retornava para o seu lar.
A mensagem do evangelho deve ser anunciada a todo o mundo (Mt 28.19). A mensagem do amor de Deus revelada na vida e obra de Cristo chegou até você como chegou a Nicodemos. Este amor já transformou sua vida? Tem motivado e “energizado” você a servir a Deus? Tem direcionado seus passos para andar cada vez mais debaixo da luz do Senhor? Como Nicodemos, você tem muito o que pensar a este respeito.
Um bom e abençoado dia!
Rev. Joel