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É comum que de tempos em tempos aconteçam catástrofes, terremotos, maremotos, tsunamis, ciclones, furacões e outras intempéries. Para quem as vive é praticamente impossível não atribuí-las a poderes divinos cuja deidade foi, de alguma forma, ofendida e por isso estão sentindo o furor da sua ira; para quem olha de longe, nada mais é do que uma resposta climática decorrente da interferência humana nos ecossistemas. Quando o problema é decorrente da curiosidade humana em manipular organismos vivos – como, por exemplo, um vírus qualquer que “escapa” do ambiente controlado de um laboratório – a tendência é culpar o acaso ou a imprevisibilidade dos desdobramentos subsequentes. Seja em que caso for, não faltam “profetas” para criar pânico entre as pessoas citando textos bíblicos fora do seu verdadeiro contexto. 

O que os filhos de Deus sabem de fato sobre estas coisas? Vão se deixar levar por textos fora de seus contextos que são verdadeiros pretextos para criar o caos? 

O profeta Habacuque escreveu: “Adiante dele vai a peste, e a pestilência segue os seus passos” (3.5). Ele está falando do Deus Todo Poderoso. O contexto histórico mostra que uma nação poderosa e impiedosa levantou-se para dominar todas as outras nações – os caldeus (povo semita do sul da Mesopotâmia que existiu do séc. X até o séc. VI a.C, e foi incorporado à Babilônia). Tiveram êxito porque Deus tinha um propósito para isto (Hb 1.6). A primeira e mais importante lição que devemos extrair é que o Senhor está no controle de tudo, e tem um propósito específico que desconhecemos. O profeta aparentemente fez muitas orações para que Deus intervisse e acabasse com os caldeus (1.1-4), e interpelou ao Senhor perguntando-lhe como ele, santo e bom, permitia tamanha opressão (1.13). O profeta esperou até que o Senhor lhe respondesse (2.1). E qual foi a resposta de Deus? “… o justo viverá pela sua fé” (2.4). Esta é a segunda lição preciosa que serve para todos os crentes de todas as eras, a única que sustenta em tempos de aflição e angústia: fé! Fé que Deus ouve as orações, que vê as impiedades cometidas, as atrocidades dos povos, a insanidade espiritual dos homens em se fazerem de deuses ou adorar falsos deuses. Todos os esforços deles são efêmeros e destinados ao fogo (2.13). O que mais o Senhor revelou a Habacuque? Que ele estava no seu santo templo, contemplando a todos, e a terra devia se calar diante dele (2.20). Esta é uma lição que todo o cristão deveria aprender para não fazer orações indevidas.

Habacuque continuou orando ao Senhor. Sua oração é em forma de conversa e registra para a posteridade (2.2) que ouviu as declarações e que aprendeu as lições. Pediu que o Senhor avivasse a sua obra (seu povo, sua igreja) no decorrer dos anos de tribulação que estavam determinados e que o testemunho a tornasse conhecida, e também que tivesse misericórdia dos seus eleitos (3.2). O juízo viria e o profeta sabia que o Senhor sairia para salvar seu povo (3.13). Isso foi mais que suficiente para trazer esperança e renovar a fé do profeta que finalmente disse: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação” (3.17-18). 

Vamos deixar de ouvir os modernos “profetas do caos” e firmar nossas almas nas profecias antigas que já nos foram outorgadas.

Um bom e abençoado dia!

Rev. Joel

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