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Podemos dizer que este é o tripé dos atributos específicos de Deus. De forma geral, podemos vê-los contemplados neste único verso: “O Senhor fez todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da calamidade”. No fazer todas as coisas, isto é, em tudo o que ele criou, encontramos o seu imensurável poder não só para criar, mas também para sustentar todas as coisas; na permissão para que sua criação seja pervertida pela ação do pecado e do mal encontramos sua onisciência, a qual tem uma finalidade específica para cada ser na construção de seus propósitos e desígnios; e o dia da calamidade aponta para sua presença no desenrolar da história dos homens, até culminar com o fim de todas as coisas e o início de um novo tempo. 

Não é fácil entender estes atributos divinos. Quando vemos os seres vivos imaginamos que o Senhor poderia ter “deixado” alguns de lado, como, por exemplo, os mosquitos transmissores da dengue, chikungunya e zika vírus; poderia também, no exercício de sua onipotência, ter erradicado todo e qualquer vírus nocivo aos seres vivos. Porque Deus não fez ou não faz isto? Porque ele tem “planos” que nos escapam aos olhos e ao conhecimento, por mais que nos esforcemos em entendê-los. Aceitar a onipotência é relativamente mais fácil do que a onisciência,  pois ao admitirmos esta última, invariavelmente chegaremos à conclusão de que  Deus está no controle absoluto de todas as coisas. Nada vai acontecer por “acaso” ou “coincidência” em nossa vida – nem o bem nem o mal – quer queiramos aceitar isso ou não. É doloroso saber que Deus permite que coisas ruins aconteçam com pessoas boas (gostamos de imaginar que estamos incluídos no rol das pessoas boas) porque ele tem planos mais elevados. No entanto, isto é fato e ponto! Sem argumentações, sem possibilidades de fazer Deus “mudar” de idéia, sem absolutamente nada para fazer ou dizer que possa impedir isto de acontecer. O que nos resta? Lamuriar? Resmungar? Se rebelar? Milhões de pessoas fazem isto todos os dias, mas o que de fato muda? Deus vai deixar de existir? Vai ficar “intimidado” com a possibilidade de ficar sozinho e abandonado pelas pessoas que criou?

Resta-nos o último e importante atributo: a onipresença de Deus. Ele está em todo o lugar, junto da sua criação, perto das suas criaturas; perto o suficiente para ser invocado (Is 55.6). Quem disse que ele está indiferente à nossa dor? Jesus chorou ao ver o túmulo de seu amigo Lázaro (Jo 11.35); também chorou à vista de Jerusalém, por causa daquilo que lhe estava reservada (Lc 19.41-44). Quem disse que Deus tem prazer em punir o pecador com a morte? Ele mesmo disse: “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-vos e vivei” (Ez 18.32). 

Deus é onipotente, onisciente e onipresente. Nosso maior consolo é saber que ele está ao nosso lado.

Um bom e abençoado dia!

Rev. Joel

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