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Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; não há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado” – Sl 38.3

 

Existe uma doutrina bíblica que é o ponto de partida para toda a teologia, e esta se refere ao pecado. Esta palavra em grego (hamartia) originalmente era usada nas competições de arco e flecha para desclassificar o arqueiro quando este não acertava o alvo. Os primeiros cristãos logo a identificaram com a ação do homem que “erra” o alvo proposto por Deus para todas as suas criaturas. 

Na tentativa de oferecer uma visão abreviada e simplificada da história de Deus e sua relação com o homem quero traçar uma linha simples de raciocínio: Deus – o criador de todas as coisas (inclusive do tempo) tornou real aquilo que não existia, e fez isto para o louvor da sua glória. Assim criou as coisas visíveis e as invisíveis, e entre elas o homem (Cl 1.16). Tudo era bom e perfeito, até o advento da primeira tentação. Esta, por si mesma, não era pecado; porém ceder ao seu encanto e torná-la um ato concreto o foi (Tg 1.15). Como resultado direto do pecado da desobediência (comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal) Deus criou a morte para dar provimento à sua justiça (Nm 23.19). A morte foi este “algo novo”, inesperado, incapaz de ser entendido em sua totalidade por sua inexistência até o advento do pecado. A linha do tempo foi dividida entre infinito e finito, e esta última passou a ser aquela que define a vida na terra. A progressão deste tempo finito faz com que o homem nasça, cresça e morra à semelhança das sementes da terra. O pecado entranhado na carne vai passando de geração em geração sem a menor condição ou possibilidade de reversão desta situação por parte do homem (Sl 51.1). O ser humano é pecador por natureza, herdeiro da corrupção de Adão e Eva, por mais que não aceite e lute ferrenhamente contra este fato.

O pecado é tão forte e intenso que “corrompe” todas as células, todos os sentimentos, todos os pensamentos de tal forma que todas as pessoas são inclinadas para o mal. É sobre isto que o salmista discorreu no verso citado acima aonde chegou à conclusão de que não havia nele parte sã por causa do pecado, e nos versos seguintes expôs o quão cansativa era esta situação (4-8).

Por mais que o mundo intente extirpar do seu dicionário a palavra “pecado”, e se esforce para ensinar as novas gerações que Deus não existe ou que existem vários deuses ou ainda simplesmente ignore toda a espiritualidade latente no ser humano, o fato é que ainda assim todas as pessoas são pecadoras e carecem da glória de Deus (Rm 3.33), e sem a manifestação da graça divina ninguém receberá a salvação eterna.

Você tem consciência de que é um pecador? Sente o peso do pecado a empurrá-lo em direção ao solo para que volte a ser pó? O que fazer? Buscar ao Senhor é a única alternativa que pode produzir resultado satisfatório. 

O salmista termina sua obra (ou oração?) dizendo: “Não me desampares, SENHOR; Deus meu, não te ausentes de mim. Apressa-te em socorrer-me, Senhor, salvação minha” (21-22). 

Um bom e abençoado dia!

Rev. Joel  

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