“Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do SENHOR, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso”. 2Rs 5.11
Naamã era um general Sírio e era leproso. Uma escrava judia lhe havia dito que em Israel havia um homem de Deus capaz de curá-lo (v.3). Cheio de esperanças partiu para Samaria em busca de Eliseu. Podemos imaginá-lo cavalgando pelas estradas poeirentas junto com seus companheiros de armas, e que na comitiva havia alguns animais com ricos presentes para ofertar ao profeta. Seu coração estava ansioso e sua alma queria ficar livre daquela doença degenerativa terrível. O verso 11 revela o que ele imaginava que aconteceria: Eliseu viria até ele com um sorriso aberto, braços receptivamente estendidos, que o acolheria e ouviria a respeito de sua dor, que agiria como os sacerdotes dos seus deuses, que faria algum gesto mágico e que pronunciaria algum mantra ou encantamento. Qual não foi sua decepção quando Eliseu não veio ao seu encontro e que mandou uma mensagem para que se lavasse sete vezes no Jordão…
É compreensível a frustração religiosa de Naamã. Ele queria ver sinais e maravilhas, queria sentir fogo em suas entranhas, sentir arrepios, queria que algo sobrenatural acontecesse com seu corpo. Ele ficou frustrado com Eliseu e com o Deus de Israel porque não agiram como imaginara. Já em retorno ao seu país, deu ouvidos à ponderação racional de seus amigos: “se o profeta tivesse pedido algo difícil, você não faria? Porque não fazer o que é mais simples?” (v.13). Naamã engoliu seu orgulho e, com isto, alcançou o desejo do seu coração.
Em meus anos de ministério tenho visto muitas pessoas que, como Naamã, querem ser tocadas pelo divino, querem ouvir mensagens poderosas, querem se ver livres de suas amarras espirituais com um simples passe de mágica. Tenho visto que muitas ficam frustradas e, no exercício da sua indignação, decepção e orgulho ferido, resolvem sair, ir para longe, e algumas até mesmo retornarem para suas antigas idolatrias.
Porque não fazer o que é mais simples? Porque não obedecer à Palavra – e somente a Palavra de Deus? Porque simplesmente não se entregar à vontade de Deus?
Nem sempre uma coisa simples é fácil de fazer. Não foi fácil para Naamã abrir mão de seu orgulho e muito menos para conceder a Eliseu o benefício da dúvida. Da mesma forma, não é fácil superar a frustração religiosa, o “confiar” no homem e em seus ritos e orações, para confiar somente em Deus. Bem aventurados aqueles que conseguem fazer o simples! Estes encontram cura, purificação e graça em abundância.
Vamos deixar nossas frustrações de lado e confiar somente no Senhor?
Um bom e abençoado dia!
Rev. Joel