“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim” – Jo 14.1
O título de hoje é uma releitura do ato III, cena I da tragédia “Hamlet”, um clássico de Willian Shakespeare. Parto do princípio que o “ser” é uma construção daquilo que se crê como verdade, e pela qual pautará a sua existência neste mundo. Por exemplo: Se alguém crê que honestidade é um valor a ser preservado e vivido, certamente será honesto em seus negócios e relacionamentos.
Jesus propõe aos seus discípulos que eles creiam em Deus: que ele é a origem de todas as coisas visíveis e invisíveis; que é sustentador de toda a sua criação; que é soberano sobre absolutamente tudo o que existe. Mais do que um conhecimento geral (Jesus falou aos discípulos que eram judeus, e todo judeu que se preza acredita na existência de Deus) crer em Deus implicava na defesa desta verdade diante de qualquer pessoa, independentemente das circunstâncias em que esta apologia se fizesse necessária. Além disto, era preciso crer que este Deus também era pessoal, que se revelava ao indivíduo, que o transformava de criatura em filho amado. É neste ponto onde crer em Deus se estendia para crer também em Jesus, o autor e consumador da fé (Hb 12.2), o Cordeiro escolhido (Jo 1.29), a imagem visível do Deus invisível, o primogênito de toda a criação (Cl 1.15).
Os discípulos conviviam com as constantes ameaças dos principais líderes religiosos contra a vida de Jesus; eram dias de incertezas e angústias. Jesus apresentou-lhes a fé como fonte de paz e de sossego para a alma aflita e ansiosa, capaz de depositar toda esperança em Deus e em Jesus, onde confiavam que o futuro estava previsto e determinado desde a eternidade (Sl 139.16).
Crer ou não crer era e é o que define o futuro eterno de cada pessoa. Quem crê está salvo, quem não crê já está condenado porque não creu no Filho de Deus (Jo 3.18); quem crê revela Cristo através do seu viver (Gl 2.20), quem não crê permanece debaixo da ira de Deus (Jo 3.36).
Nossos dias não são melhores do que aqueles vividos pelos discípulos de Jesus: dias de incertezas e angústias. As palavras de Cristo devem ecoar nos ouvidos dos seus amados e os conclama a sossegar a alma na certeza da fé em Deus e nele próprio. Ouça a voz do Senhor e abandone-se aos seus cuidados, pois ele tem cuidado dos que nele crêem (1Pe 5.7).
Um bom e abençoado dia!
Rev. Joel