“…enviou-os ao Senhor para perguntar: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” – Lc 7.19
A pergunta de João Batista parece fora do normal. Quando ele viu Jesus vindo ao seu encontro no rio Jordão, cheio do Espírito Santo, exclamou: “Este é o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Não havia nenhuma dúvida sobre a missão de Jesus, pois sabia o que sentia, ouviu a voz de Deus afirmando ser Jesus o filho amado e escolhido (Mc 1.11) e tamanha foi sua certeza a respeito do Messias que nem mesmo queria batizá-lo (Mt 3.14-15); porém, Jesus lhe disse que era necessário cumprir toda a justiça. Depois do batismo seus ministérios os levaram para lugares distintos. Quando João estava prestes a ser preso e martirizado por Herodes, mandou dois discípulos irem até Jesus e lhe fazer esta pergunta incomum. Estaria João em dúvida? Será que havia algum conflito em seu coração? Ou seria possível outra explicação?
Devemos olhar para a pergunta como uma busca de confirmação. O Antigo Testamento afirmava que viria um rei, com grande poder e glória, da linhagem de Davi, e reinaria para sempre! Seria este o momento? Deus visitou o seu povo? Aparentemente João acreditava nisto. Jesus recebeu os emissários de João e os ouviu com atenção. A pergunta levantava uma dúvida razoável. Outros já tinham vindo em nome de Deus; falsos messias já haviam surgido e enredado alguns incautos levando-os à perdição.
De fato João sabia que Jesus vinha da parte de Deus. Ele viu, ouviu, creu e continuava a crer em Jesus como o enviado do Senhor. O ministério de João era divino, suas obras revelavam isto, e seus discípulos também entendiam assim. João era incontestavelmente um servo de Deus (Lc 7.29; 20.4) e, então, porque ele mandou fazer esta pergunta? Duas hipóteses são levantadas: 1) ele estava no meio de uma crise ministerial e imaginava que Jesus era o Elias, e que o Messias viria em seguida; 2) Ele estava impaciente com a “demora” da implantação do reino. Pela resposta prática de Jesus diante dos emissários de João fica evidente que a segunda hipótese parece ser a mais provável. Fez milagres que somente o verdadeiro filho de Deus poderia realizar, e com isto demonstrou ser ele o próprio Deus encarnado (Jo 3.2). Se havia qualquer dúvida no coração daqueles discípulos de João ela foi dissipada, tanto que um deles, André, irmão de Pedro (Jo 1.38-40), passou a andar com Jesus porque encontrou nele aquele a quem buscava.
Como André e João nós também encontramos em Jesus o Messias, o Ungido de Deus, o enviado do Senhor, o Salvador do Mundo. Podemos estar impacientes como João, mas não esperamos outro Messias, e sim o seu majestoso retorno com poder e glória, para a nossa alegria.
Um bom e abençoado dia!
Rev. Joel