“E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado” – João 3.14
Você já percebeu que o Antigo Testamento é maior do que o Novo Testamento? São 39 livros do AT e 27 do NT; algo em torno de 59,09% do total das escrituras sagradas. A pergunta óbvia é: Porque Deus permitiu isto?
Nossa tendência é dar mais importância ao Novo Testamento, aos atos e palavras de Jesus, à história da igreja nascente, aos feitos do Espírito Santo que usou homens e mulheres para espalhar a fé cristã pelo mundo então conhecido. Só a palavra “antigo” nos dá a idéia de algo ultrapassado, que teve valor um dia, mas que agora sua relevância não é tão grande. Está é uma falácia, um erro comum, porém perigoso. Não existiria o NT sem o AT; a história de Jesus seria incompleta sem o AT e suas histórias que apontam para Cristo, sua misericórdia e obra redentora.
Quando João escreveu seu evangelho os outros já estavam circulando entre os crentes, inclusive as cartas de Paulo; no entanto, João fez muitas referências ao AT, como neste caso em específico. Ele evocou a lembrança dos judeus para uma situação que o povo judeu passou no deserto: as serpentes abrasadoras (Nm 21.5-9). Por causa da murmuração contra Deus e contra Moisés, o Senhor enviou serpentes para ferir seu povo e muitos morreram. Para cessar esta praga, Moisés confessou o pecado e intercedeu pelo povo. Deus respondeu mandando com que fizesse a imagem de uma serpente e a colocasse em uma haste para que ficasse visível a todos. Quem fosse mordido poderia olhar para esta imagem e viveria. O propósito não era criar “imagens” para serem adoradas (o que os judeus fizeram mais tarde – 2Rs 18.4), mas era uma metáfora visual a respeito daquele que haveria de vir e que seria colocado numa cruz para que todos pudessem ver e, assim, serem salvos. João chama Jesus pelo nome messiânico de “Filho do Homem” (uma referência à encarnação) e afirmou categoricamente que todo aquele que olhar para Jesus com fé seria salvo. Por isto no verso 15 está escrito: “para que todo o que nele crê tenha a vida eterna”.
Jesus foi à cruz porque isto estava nos planos de Deus. Ele se expôs no madeiro diante dos olhos de todos para que se lembrassem de Moisés e deste episódio no deserto. Foi crucificado por obediência ao Pai, para cumprir toda a justiça, e também por amor àqueles que para ele olham, crêem e confiam. Suas feridas estavam à mostra, suas dores eram visíveis, sua misericórdia estava evidente. O primeiro que olhou e creu foi um dos ladrões crucificado ao lado de Jesus. Ele olhou e pediu: “Lembra-te de mim quando vieres no teu reino” (Lc 23.42). Ele olhou para Jesus e encontrou salvação.
Você tem olhado para Jesus?
Um bom a abençoado dia.
Rev. Joel