“Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos” – Salmo 73.3
Inveja é um sentimento mesquinho cuja origem é a ganância. Não existe inveja boa ou santa, pois querer ter aquilo que o outra pessoa possui – sejam bens materiais ou não – é errado aos olhos de Deus e, além disto, a inveja não produz bons frutos em momento algum.
O salmista desnuda sua alma ao escrever estas palavras. Reconhece sua fraqueza como ser humano diante daquilo que gostaria de ter e não lhe foi concedido. Por mais que julgue tais pessoas lhes atribuindo substantivos negativos ao caráter, o fato é que seu coração ardia de desejo e inveja pelo que conquistaram. Nos versos seguintes deste salmo o autor mostra como os vê: pessoas acima da lei dos homens e de Deus aos quais somente coisas boas acontecem: prosperam, não têm preocupações, gozam de boa saúde, parece que nada os afeta, cometem violências e opressões, desafiam a Deus e não são punidos. Sejamos honestos: Quem já não viu isto? Quem não fica indignado com a maldade de líderes que desviam recursos da saúde, da educação e segurança pública? Eles são responsáveis diretos pela promoção da morte de enfermos, deste país analfabeto funcional e do crescimento da bandidagem. As pessoas olham para eles como exemplos a serem seguidos na certeza da impunidade ou pelo menos na confiança que as engrenagens enferrujadas e quase inertes da justiça não os alcançará nesta vida.
Sabe a que conclusão o salmista chegou? Que faltou pouco para que se desviasse do caminho correto (v.2); que tais pessoas estão destinadas à destruição eterna (v.18); que não serão aceitos diante do Senhor (v.20); que Deus o protegeu para não se tornar um deles (v.23-24).
Não quero parecer conformista, mas precisamos olhar para o que temos e dar o devido valor para não desprezar ou desperdiçar àquilo que o Senhor nos concedeu. Nossa fé está amparada nas Escrituras Sagradas e acreditamos que tudo é dádiva de Deus. Podemos até achar que “merecíamos” algo melhor, no entanto devemos trabalhar com o que está ao alcance das nossas mãos.
Certa vez uma viúva se aproximou do profeta Eliseu e pediu ajuda. Seu marido era profeta e deixou uma dívida que destruiria a ela e seus filhos. Eles seriam levados como escravos, e ela não teria quem a sustentasse. O profeta perguntou o que ela tinha, e a resposta foi: “apenas uma botija de azeite”. Eliseu a mandou para casa com uma tarefa simples: seus filhos deveriam buscar muitas vasilhas e ela as encheria com o óleo da botija. Qual o resultado? Teve o suficiente para pagar a dívida e viverem do restante (2Rs 4.1-7).
Não precisamos invejar o que os outros possuem, e sim nos dedicarmos para que o que temos se torne algo melhor a cada dia.
Um bom e abençoado dia!
Rev. Joel