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Este é um dos meus textos bíblicos favoritos. Quando me vejo em condições adversas e difíceis – aquelas que não consigo vislumbrar o que o dia de amanhã me reserva – encontro conforto nestas palavras abençoadas. 

Olhando para o contexto onde elas foram ditas, encontramos Deus falando ao povo de Israel enquanto ainda havia prosperidade. O ministério do profeta Isaías foi um dos mais longevos – de 740 até 680 A.C., passando pelos reinados de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias e findando com Manassés, o rei que segundo a tradição judaica ordenou a morte do profeta com a cruel serragem ao meio (Hb 11.37). Isaías viu o tempo da fartura e também o da calamidade; viu a Assíria crescer sob o governo de Tiglate-Pileser e conquistar diversas nações ao longo do Mediterrâneo, inclusive Israel, o reino do norte. Isaías profetizou para o reino do sul, para Judá, e usou Israel como exemplo de punição pelos pecados cometidos: a imoralidade e idolatria. Por mais que os 39 primeiros capítulos de Isaías estejam cheios de julgamento e juízo divino, o livro como um todo apresenta uma forte esperança de redenção, de salvação, como o próprio nome do profeta já anunciava (Deus é salvação). 

Retornando aos versos escolhidos, no verso 8 encontramos o profeta dirigindo-se à Israel como nação única, povo que é descendente de Jacó – o eleito de Deus – e de Abraão – o amigo de Deus. Podemos aqui criar um paralelo com o Israel espiritual de Deus, aquele que reúne todos os que foram eleitos do Senhor e que são considerados seus amigos (Jo 15.13-15). Ao aceitarmos este paralelo, podemos entender que estas palavras são dirigidas, em última análise, a todos os que são do Senhor, o que creio incluir eu e você. Feita esta contextualização, podemos entender também que o Senhor nos chamou e nos designou para sermos seus servos – escolhidos e acolhidos em seu reino (9). 

Por mais que estas informações sejam corretas e poderosas, isto não produz em nós uma blindagem contra todos os perigos e inimigos. Por mais que Deus amasse o povo de Israel, permitiu que seus inimigos (Assíria e Babilônia) os alcançassem e que lhes fizessem danos físicos e materiais. Podemos fazer um link com os nossos dias, onde um inimigo invisível e poderoso tem provocado dor e morte por todo o mundo, sem fazer qualquer distinção entre os justos e os ímpios, os bons e os maus. Nossos olhos vêem os estragos provocados: os mortos se acumulando nas ruas e nas igrejas, a vida urbana e rural em suspense, o medo da falência dos governos e suas finanças, a apreensão pelo sustendo de amanhã. 

Mais do que nunca devemos recorrer à mensagem do profeta Isaías. Mais do que nunca devemos abrir nossos ouvidos e dar crédito à voz de Deus que ordena: Não temais! (v. 10; Dt 31.6; 2Cro 32.7; Jr 42.11; Mt 10.31; Lc 12.32; Jo 6.20 – leia estes textos, pois são inspiradores). Por mais difícil que fique a situação, Deus está ao nosso lado; por mais espantosa que seja a contaminação e seus efeitos, Deus é nosso refúgio; Ele, e somente ele é quem pode nos fortalecer física, mental e espiritualmente; somente ele pode nos ajudar no tempo da calamidade e nos sustentar com seu braço forte. 

As notícias são ruins? Não temas! As exigências sanitárias estão mais rígidas? Não temas! Faltam leitos nos hospitais? Não temas! Lembre-se que Deus está no comando de todas as coisas, inclusive desta pandemia. Ele pode usá-la como instrumento de seu julgamento e execução de seu juízo; pode usá-la para infundir temor e respeito; pode usá-la para condenar os idólatras e imorais; e também pode usá-la para promover seus santos à glória eterna. Não tenho dúvida que ela está nas mãos e no controle de Deus.

O que devemos fazer? Confiar no Senhor. Quanto mais confiarmos, mais nosso coração se acalma, nosso espírito se aquieta, nossa alma mente descansa. 

Ouça a voz de Deus, pois ela diz para você neste momento: Não temas!

Um bom e abençoado dia!

Rev. Joel 

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