O julgamento de Jesus, em todas as instâncias, foi uma farsa grotesca. O Sinédrio, convocado às pressas e fora do templo (Mt 26.57), não conseguia uma única testemunha coerente, pois todas eram falsas (Mt 26.59). Foi preciso que Jesus se revelasse como Cristo, o Filho de Deus – uma verdade preciosa e eterna – para que fosse condenado (Mt 26.64-65). A partir daquele momento Jesus foi injuriado, ultrajado e maltratado física e moralmente. Depois de muitos açoites, foi Jesus encaminhado para Pilatos, governador romano que tinha a autoridade para tirar a vida de alguém (Mt 27.1). Pilatos interrogou Jesus não para saber se ele era o Messias ou o Filho de Deus, mas sim se ele se autoproclamava rei dos judeus, o que seria uma violação digna de morte. Jesus respondeu sua pergunta com uma resposta simples, mas evasiva: “tu o dizes” (Mt 27.11); por mais estranho que pareça foi exatamente a mesma resposta que Jesus havia dado ao sumo sacerdote (Mt 26.64). Este último entendeu que era uma confissão e blasfêmia, enquanto Pilatos entendeu que não significava nada. Para Pilatos, Jesus estava ali porque as autoridades judaicas tinham inveja dele (Mt 27.18). Além disto, sua esposa já o tinha alertado para o fato de que Jesus era justo (Mt 27.19), e Pilatos mesmo considerava que Jesus era inocente (Mt 27.23). Mesmo assim, Jesus foi condenado nas duas instâncias…
Então, porque Pilatos o mandou açoitar? Olhando o contexto, Pilatos tinha sido usado pelas autoridades judaicas, viu o povo insurgir-se diante da possibilidade de soltar Jesus, e não conseguia livrar Jesus daquela situação (Mt 27.24). Numa evidente manifestação de desagrado, lavou suas mãos diante do povo e reconheceu que ali seria cometido um crime de sangue com o qual não pactuava (leia Deuteronômio 21.6-9). Pilatos estava frustrado, irritado, acuado, atado e ainda corria o risco de ser denunciado como aquele que provocou o caos em Jerusalém. Pilatos precisava extravasar sua raiva – e Jesus foi seu bode expiatório. Ele era tão culpado quanto o povo a respeito desta morte. O sangue de Jesus seria vertido por causa deles – e não para a salvação deles.
O sofrimento do Cordeiro de Deus já estava determinado desde a eternidade. Seu sangue seria vertido para a salvação de muitos – mas não de todos (Mt 26.28). Jesus foi açoitado porque esta era a vontade de Deus, e por causa das suas feridas os eleitos são curados (Is 53.4-5 – leia, é importante!).
Louvado seja Deus pelo seu cordeiro eterno que derramou seu precioso sangue para que nós fossemos purificados de nossos pecados!
Um bom e abençoado dia!
Rev. Joel