“E vós sabeis o caminho para onde eu vou” – Jo 14.4
A prudência avisa para andar em caminhos conhecidos a fim de que não haja a mínima possibilidade de perder-se e não chegar ao destino desejado. Porém, enveredar por sendas corriqueiras pode trazer enfado à alma de algumas pessoas que desejam um pouco de aventura, de emoção; instigados por estes sentimentos, procuram atalhos para chegarem mais rápido, ou então caminhos desconhecidos para aumentar a adrenalina da viagem. Quem assim procede tende a vivenciar perigos desnecessários, e até mesmo ir ao encontro da morte.
O caminho que Jesus conhecia e diz que tomaria certamente não era mais fácil, nem mais rápido, nem menos perigoso; pelo contrário, era justamente o caminho longo da dor, da angústia sufocante, da morte aos poucos. Seria a concretização das promessas dos líderes religiosos, daqueles que estavam em conluio para tirar-lhe a vida – eles em breve alcançariam seu macabro objetivo.
Sem querer ser tétrico, mas sim realista, a morte espera a cada um de nós. É o seu abraço que abre as portas da eternidade e desencadeia a seleção do lugar eterno onde a alma passará a viver. Por mais paradoxal que possa parecer, a morte não é o fim, e sim o início de uma nova etapa; ela não acaba com a esperança, pois é o fim da jornada da vida neste mundo físico que aponta como uma seta orientadora para a eternidade proposta a cada um.
Cada pessoa tem seu tempo determinado. O salmista diz que todos os dias foram escritos sem que qualquer um deles ainda existisse (Sl 139.16) e Jó assevera que dias e meses são limites impostos pelo criador, e deste limite ninguém passará (Jó 14.5).
Não gostamos de falar da morte. Parece que atrai algo ruim como se fosse uma maldição antiga. No entanto, falar de morte deveria ser tão comum quanto falar da vida, pois elas estão interligadas: nascemos para morrer e morremos para viver eternamente.
A pandemia nos tem feito falar sobre a morte mais do que desejaríamos. O que antes acontecia no país do outro lado do globo agora acontece no país vizinho; o que acontecia em outros estados agora atingiu plenamente o nosso; o que acontecia somente em outros bairros agora acontece na casa ao lado ou mesmo em nossa casa. Como conviver com isto? Como aceitar estas coisas?
A resposta está no caminho que conhecemos. Jesus é este caminho que leva ao Pai. Caminho que tem percalços, que machucam os pés muitas vezes, caminho que provoca dor e aflição, mas é o único e verdadeiro caminho que leva aos céus. Nossos companheiros de estrada caem e não se levantam mais nesta vida porque já alcançaram os portões da eternidade. A linha de chegada não é no mesmo lugar para todos… mas ela é o limite que Deus colocou para cada um de nós. Morrer em Cristo é, portanto, cruzar esta linha, tornar-se um vencedor, preparar-se para receber os “louros” da vitória. Morte não é decréscimo, nem rebaixamento, nem demérito algum, pelo contrário: é ser promovido à glória celeste!
Nós sabemos o caminho. Sabemos o caminho que Cristo foi inaugurar, o que ele foi preparar, e o que nos está reservado quanto chegarmos lá.
Meu limite já foi estabelecido. A “faixa” que devo cruzar já está estendida e pronta para minha chegada, ainda que não possa vê-la e nem tampouco saber o dia, a hora e o minuto que chegarei. Apenas sei que chegarei e para onde irei. E você? Tem certeza da sua salvação?
Um bom e abençoado dia!
Rev. Joel.