“Isto, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na sua lei: Odiaram-me sem motivo” – Jo 15.25
É cruel ouvir alguém dizer: “eu odeio você!”. Ódio é um sentimento intenso, negativo e destrutivo capaz de aniquilar laços familiares ou afetivos. Por mais que existam razões para odiar e justifiquem o acolhimento deste sentimento no coração, o fato é que quem odeia fica preso nas tramas das suas próprias urdiduras.
No contexto geral do texto escolhido, Jesus preveniu seus discípulos a respeito das pessoas que lhe fariam oposição e que, em tempo oportuno, o entregariam para ser morto pelos romanos: o próprio povo judeu. Não muito distante daquele pronunciamento, líderes políticos e religiosos amotinariam o povo e o incitariam para clamar: “crucifica-o!” diante de Pilatos. Era um ódio consumado, intenso, fortuito, resultado da inveja que nutriam por Jesus e que não conseguiam esconder (Mt 27.18); inveja do seu poder, da sua misericórdia para com os feridos e aflitos de alma, inveja direcionada a ele e ao Pai.
Deus sabe de todas as coisas. Sabia que isto iria acontecer e por isto deixou registrado para o conhecimento de todos os judeus o que aconteceria com o seu ungido (Sl 35.19 e 69.4). A rejeição de Jesus como Filho de Deus era uma afronta também àquele que o enviou (Jo 15.24).
Em nossos dias também não faltam pessoas para odiar a Jesus. Odeiam os valores morais que ele pregou, odeiam os mandamentos que ordenou, odeiam os sacramentos que ele instituiu, odeiam o seu corpo na terra – a igreja – com todas as suas forças. Não perdem uma oportunidade para menosprezar os que são de Cristo, nem tampouco deixam passar ilesos aqueles que dentre eles são alcançados pela graça e decidem segui-lo. Não falta quem chame os filhos de Deus de infiéis e desejam que a morte os alcance sem misericórdia (Jo 16.2). Odiar a Cristo é odiar ao Pai; odiar os filhos de Deus segue pelo mesmo caminho de raciocínio. Mais triste ainda é ver filhos de Deus esmolando a afeição destas pessoas que odeiam ao seu Senhor…
Precisamos entender que “odiar” é uma ação deliberada, desejada, intencional. Não parte do objeto de ódio, mas sim daquele que se dispõe a odiar. Nosso olhar para aqueles que nos odeiam sem causa deve ser de misericórdia, e nossas orações devem ser para que Deus os ilumine, que os liberte deste sentimento que os destruirá nesta vida e na eterna. Se eles querem sentir ódio – que seja, mas não tenha guarida em nosso coração este sentimento ruim. Nós vamos fazer o que Cristo manda para que possamos ser verdadeiramente filhos do Altíssimo (Leia Lucas 6.27-35. É importante!).
Um bom e abençoado dia!
Rev. Joel