Sabemos que Deus é bom e também sabemos que sua misericórdia dura para sempre e que, por isto, Deus merece ser louvado e adorado. Saber e entender são frutos da experiência deste relacionamento pessoal com Deus que acontece na caminhada neste mundo de incertezas. O salmista estava grato diante de Deus porque ele o havia livrado de grande perigo de morte, sem, contudo, dizer exatamente qual foi. Este salmo (muito conhecido de todos principalmente pelo que diz o verso 5), tem três momentos específicos, os quais queremos compartilhar com os irmãos:
1. Gratidão pessoal porque Deus livra. Como já disse, Deus livrou o salmista da morte certa, da morte que era já vista e prenunciada – e até mesmo ansiada – pelos seus desafetos. Não há como saber exatamente a que livramento Davi se refere neste salmo. Calvino imaginava que se tratava da morte de Absalão, o filho ingrato. Como a apresentação do salmo refere-se à dedicação da casa, sua interpretação é de que Davi “re-consagra” sua residência pessoal, a qual foi maculada por Absalão. Outros interpretam que Davi passou realmente por uma grave enfermidade e que isto lhe deu uma nova perspectiva a respeito da santificação, o que justificaria a dedicação de sua casa ao Senhor (por casa entenda-se o local da moradia e todos os que nela habitam). Seja um ou outro, o fato é que Davi teve um grande livramento.
2. Gratidão pessoal porque Deus ouve. Ouve a súplica do servo necessitado. O salmista clamou por socorro e Deus ouviu. O Senhor foi misericordioso com Davi. Na sua doença, na sua angústia, no seu medo mais profundo, Deus agiu com benevolência e o sarou de sua enfermidade com sua mão poderosa.
3. Gratidão pessoal porque Deus preserva. Nós não sabemos quanto tempo temos, mas Deus sabe. É verdade que tememos quando nos vemos diante de perigos capazes de cessar nossa existência, mas este medo não vem necessariamente porque duvidamos de Deus, mas porque duvidamos de nós mesmos. Duvidamos se vamos conseguir passar pela tribulação; duvidamos se vamos suportar a dor; duvidamos quando nosso horizonte torna-se cinzento, opaco, sem expectativas; duvidamos se as pessoas poderão perdoar nossos erros; duvidamos se as pessoas serão capazes de continuar a viver sem nossa presença. O coração cheio de dúvidas enche-se do temor da morte principalmente porque não está em nós manter a própria existência neste mundo. A visão de nossa finitude nos leva ao conhecimento de que só Deus pode preservar nossa vida e mantê-la enquanto for isto de seu agrado.
Hoje é tempo de gratidão. Por mais difícil que esteja nossa situação física, mental e espiritual, o Senhor está ao nosso lado sempre, pronto para nos livrar de perigos iminentes – aqueles que podemos ver e aqueles que não podemos enxergar. Em qualquer circunstância, o importante é buscar ao Senhor em oração, falar das angústias de nossa mente, derramar diante dele a nossa alma cansada e atribulada. Jesus nos convidou a estar com ele nesta condição de cansaço (Mt 11.28). Falar com Deus traz alívio ao espírito abatido e fortalecimento para a fé. Deus ouve e restaura a nossa alma. Por fim, Deus continuará a preservar a nossa vida conforme o seu propósito. Independentemente do que possa nos acontecer de bom ou ruim, estar ao lado do Senhor é garantia de suporte nas aflições. Louvado seja Deus por seu livramento, sua disposição em nos ouvir e em seu amor para preservar nossa vida.
Hoje é dia de gratidão. Vamos agradecer ao Senhor?
Um bom e abençoado dia.
Rev. Joel