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Nestes tempos de pandemia, ler o salmo 91 é restaurador. Você já leu? Lembra do que está escrito? Independentemente das respostas, interrompa a leitura desta pastoral e leia agora o Salmo 91. 

Agora, depois de lê-lo, você deve concordar comigo que ele é muito bonito, e que as palavras de esperança e motivação são inspiradoras.  O salmista retrata o fiel como alguém invencível e inatingível por causa desta confiança irrestrita em Deus (v.2 e 7); e é por isto que afirma que o livramento do laço do passarinheiro (daquele que arma ciladas, cria embaraços, produz armadilhas com a finalidade de prender e destruir quem cai em suas tramas de morte) e da peste perniciosa (atribuída à calamidade produzida pelo Todo Poderoso) alcançará a todos os que crêem (3, 8 e 10). 

É inquestionável que aqueles que confiam no Senhor não têm medo do que lhes possa acontecer, seja dia ou noite (5), nem mesmo da mortandade que se espalha ao redor (6). É fato que quem crê desfruta do perfeito amor do Senhor, e neste amor não existe medo algum (1Jo 4.18). 

Este salmo é tão importante que o próprio Satanás o usou para tentar Jesus (v. 11-12; Mt 4.6). Aqui surge um dado importante: Satanás interpretou que este salmo referia-se ao Ungido, ao Messias, e o aplicou especificamente a Jesus; e Cristo não disse que ele estava errado ao pensar assim. Isto nos leva a seguinte reflexão: O Salmo 91 se aplica aos fiéis ou somente a Jesus? Quando lemos sob a ótica do Messias, vemos que esta proteção irrestrita de Deus é para que ele cumpra sua missão cabalmente; porém, quando lemos sob a ótica dos fiéis, como explicar aqueles que são “presos” em artimanhas engendradas pelo maligno ou atingidos por calamidades públicas? Como entender quando eles foram (ou são) infectados pelo mal ou por vírus ou atingidos por catástrofes naturais? Não eram fiéis? Não serviam a Deus? 

Creio que Jesus é o filho de Deus, e que este salmo foi escrito para ele; também creio que Jesus transformou os eleitos em filhos de Deus (Jo 1.12), e que este salmo também se aplica a eles – “mutatis mutandis” – ou seja, salvaguardadas as devidas proporções. Para que Cristo cumprisse seu ministério, era importante esta proteção máxima, mas em relação aos demais filhos de Deus, esta proteção está sujeita aos propósitos divinos. 

Esta pandemia tem uma finalidade aos olhos de Deus, ainda que não consigamos entender isto. Ela não foi a primeira e certamente não será a última. O que não deve mudar em tempo algum é nossa confiança no Senhor. Isto não significa isenção alguma sobre dor ou sofrimento (ou ambos), mas de que podemos invocar seu nome sabendo que ele nos ouvirá, e que na nossa angústia ele estará ao nosso lado (15); se ele quiser nos protegerá do mal, porém, se viermos a contrair o vírus e chegarmos à condição extrema de morte, ainda assim Deus está no controle. O nosso tempo de vida pertence ao Senhor, e também a ele a nossa salvação (v.16).

Na qualidade de filhos, devemos confiar em nosso Pai celeste. Não importa o que passamos, o que sofremos, ou o que enfrentamos; o que realmente importa é que ele nos ouve e está ao nosso lado sempre – e nisto devemos crer e confiar de todo o coração.  

Uma boa e abençoada semana!

Rev. Joel 

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