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Amigo: sujeito companheiro e leal com o qual se pode contar nas horas da adversidade.

Conheço histórias de amizades que iniciaram na infância e ultrapassaram décadas; são verdadeiras “sobreviventes” em meio a tantas vidas que se interlaçam (outros amigos, namoro, casamento, etc.). Também conheço histórias de amizades que nasceram da adversidade ocorridas em ambiente de desastre ou de doença. 

De alguma forma, todas as pessoas possuem alguém para chamar de “amigo”, o que reforça ainda mais a idéia de que somos seres relacionais e precisamos uns dos outros para compartilhar momentos extremos como alegria e tristeza, amor e ódio, mágoa e perdão.

Ter e cultivar amizades sinceras é muito importante para a nossa vida; porém, para ser amigo também é necessário fazer escolhas, ter determinadas atitudes e palavras que valorizem a amizade. É algo que serve para ambas as partes, e sem isto a relação pode esfriar e até mesmo acabar. Quem já não se decepcionou com algum amigo? Quem já não fez opção por abandonar aqueles que são “nocivos” para o caráter? Quem já não decepcionou aquele a quem considera amigo por atos e palavras? Ser amigo é uma tarefa que tem altos e baixos, recompensas e prejuízos, confiança e quebra de confiança. Isto explica porque às vezes somos impulsionados a fazer novas amizades.

Tiago, o autor desta epístola, apresenta uma amizade muito especial que todo o cristão deveria ter: amizade com Deus. Ele começa esta perícope falando da amizade que queremos ter com o mundo que concede benesses aos vitoriosos, satisfações físicas e egocêntricas, motiva a querer mais do que se pode ter e que, tendo, ainda se sente insatisfeito, incompleto (v.1-2). A amizade do mundo não é algo bom, nem algo que produza a sensação de bem estar espiritual, muito menos de um relacionamento decente com Deus (v.3). E é neste ponto que Tiago diz que devemos escolher o melhor para manter e valorizar nossa amizade com Deus, que é abandonar a amizade que queremos ter com o mundo! (v.4). Não podemos ser amigo do mundo e de Deus concomitantemente. A nossa decisão nos transforma em inimigo de um deles. 

Tiago conclama os seus leitores a optarem por Deus. Chama a atenção deles para o fato de que o Senhor é “ciumento”, isto é, que tem zelo, carinho e cuidado por aqueles que lhe pertencem (v.5). Para os seus amigos, o Senhor oferece seu Espírito, graça e poder com os quais poderemos resistir aos encantos sedutores do mundo (v.6). Quanto mais submissos nos tornamos de Deus, mais condições temos para resistir ao mundo e ao mal (v.7); quanto mais próximos maior e mais profunda será nossa relação (v.8; Jo 15.15).

Tiago nos diz que devemos lamentar o tempo e a energia que gastamos ao buscar a amizade com o mundo; que a alegria efêmera deveria ser considerada como algo digno de arrependimento (v.9). Só o desejar ser amigo do mundo constitui uma ofensa diante do Senhor que nos salvou e, portanto, devemos nos humilhar e suplicar o seu perdão (v.10). 

Nossa triste tendência é projetar a culpa nas outras pessoas. Atiramos pedras na casa do vizinho para que não vejam que nosso telhado é de vidro. Esta é também uma atitude a ser abandonada, pois ser amigo de Deus implica em ser amigo de seus amigos, mesmo nas horas de conflito e confusão que possam passar (v.11). Não somos chamados para usar a toga do juiz, mas sim para usar o manto da misericórdia (por favor, leia estes textos: Oséias 6.6; Mt 9.13 e 12.7).

Você é amigo de Deus? Tem valorizado esta amizade ao ponto de optar em fazer aquilo que lhe agrada? A palavra exortativa do verso 8 é atual e direcionada a mim e a você. Vamos nos achegar ao nosso amigo especial?

Um bom e abençoado dia!

Rev. Joel

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