“Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava” – Jo 11.36
O capítulo 11 de João é icônico. Ele relata o sentimento profundo que Jesus sentia por Lázaro e suas irmãs. O verso 3 revela que Marta e Maria mandaram um mensageiro até Jesus para informá-lo sobre a condição de saúde de Lázaro. A notícia era simples e clara: “está enfermo aquele a quem amas”. Observe que elas reconheceram o amor especial que Jesus sentia por seu amigo, e João fez questão de registrar que não era só por ele, mas também por suas irmãs (v.5).
Nós sabemos que amar é um verbo e, conseqüentemente, isto representa uma ação específica capaz de produzir mudanças. Amar é importar-se e estar presente no tempo de aflição. No entanto, apesar do que sentia, Jesus demorou em atender o chamado daquela família amada (v.6). Para o doente Lázaro, a ausência de Jesus era algo perturbador. Podemos imaginar que Lázaro e suas irmãs tiveram dúvidas sobre a qualidade e a intensidade deste amor que posterga o reencontro mesmo depois de ser avisado em tempo hábil. Para dissipar qualquer nuvem negra sobre o coração dos leitores, João mostra o pano de fundo daquele momento onde Jesus era considerado pelos judeus como “persona non grata”, e dirigir-se para Betânia colocaria em risco a sua própria vida (v.8). Isto justifica o fato de que os discípulos não estavam dispostos para ir ao encontro de Lázaro, pois deduziram pela fala de Jesus que ele estava “salvo”, isto é, livre do perigo de morte (v.12). Quando o Mestre disse abertamente que Lázaro já havia falecido, Tomé disse aos demais discípulos: “vamos também nós para morrermos com ele”, já prevendo o que lhes aguardava (v.16).
Amar é expor-se ao perigo de ser incompreendido. Marta e Maria “cobraram” este amor ao falarem para Jesus: “se estivesse aqui Lázaro não teria morrido” (v.21 e 31). Elas sabiam do poder de Jesus para curar, mas ainda não conheciam seu poder para ressuscitar, ainda que Marta tivesse alguma esperança a este respeito (v.22).
Amar é estar em sintonia. Jesus chorou por seu amigo e por suas irmãs (v.35). O amor de Jesus era tão sincero e genuíno que os judeus reconheceram a profundidade deste amor (v.36). É amparado por este amor que Jesus buscou o Pai de amor para trazer vida onde reinava a morte. É isto que o amor faz: traz vida! É a força do amor que faz brotar um sorriso na face endurecida pela dor. É o amor de Jesus pelos seus escolhidos que lhes dá a certeza de que tudo ficará bem, quer nesta vida ou na eterna que está proposta para eles.
Você consegue reconhecer o amor de Jesus?
Um bom e abençoado dia!
Rev. Joel